Exercício para não esquecer
de Isabel Costa e Tânia Dinis

Estreia ARTE SÉNIOR | 26 de Julho de 2025 no Teatro Municipal de Vila do Conde

“Exercício para não esquecer”, um filme documental, realizado por Isabel Costa e Tânia Dinis com composição sonora de Nuno Preto e design de Bernardo Sousa Santos.

Duração: 120min. | Ano: 2025

Este filme é uma viagem pelos territórios, histórias e memórias das suas populações, explorando arquivos fotográficos e outros documentos visuais, objetos e relatos orais.

Através da revisitação desses registos, este filme documental, propõe uma reflexão sobre a fragilidade da memória e a multiplicidade de verdades que emergem das pequenas histórias, rituais e saberes passados de geração em geração.

Uma etnografia que valoriza a cultura como um processo dinâmico e um espaço de resistência contra o esquecimento.

Ficha técnica e artística

Realização e Imagem: Isabel Costa e Tânia Dinis

Composição sonora: Nuno Preto

Design: Bernardo Sousa Santos


- Participantes da Freguesia de Aveleda: Albina Fernandes Costa, Elvira Albertino Correia Miranda dos Santos Catarino, Lucinda Marques Dias, Maria Alice Dias Vieira, Maria da Conceição Silva Castro Pinho, Maria de Fátima da Silva Oliveira Braga, Maria do Sameiro Carvalho


- Participantes da Freguesia de Guilhabreu: Fátima Queirós, Maria Alice da Silva Araújo Sousa, Maria Amélia Sousa Santos Azevedo, Maria Conceição Costa Moreira Silva, Maria de Lurdes Lemos Campos Maia, Rosa Abreu Lopes


- Participantes da União de Freguesias de Malta e Canidelo: Carlos Alberto Neves de Oliveira, Carlos Maia Pereira Lopes, Joaquim Gomes da Silva, Joaquim Oliveira, Manuel Agostinho Pereira Santos, Maria do Céu da Silva Torres de Oliveira, Maria Emília Conceição, Maria Fernanda Souza Maia Oliveira, Maria Luzia Ramos Torres Silva


- Participantes da Freguesia de Vilar do Pinheiro: Carlos Queirós da Mota, Graciete Silva, Gracinda Oliveira Souto dos Santos Ribeiro, Joaquim Gomes de Souza, Maria Alice Gomes, Maria da Conceição da Costa e Silva


- Participantes da União de Freguesias de Vilar e Mosteiró: Agostinho Pinto Teixeira, Joaquim Silva Faria, José da Silva Ribeiro, Maria Fernanda da Silva Costa, Maria Vera Barbosa Costa

Agradecemos profundamente a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a criação deste filme:
Às funcionárias das Juntas de Freguesia, pela simpatia, disponibilidade e apoio constante.
Aos presidentes de Junta, pelo envolvimento na constituição dos grupos de trabalho e pela cedência generosa dos espaços das suas Juntas.
Aos colegas do PECIS – Programa de Envelhecimento Criativo com Impacto Social, integrado no Plano de Ação para as Comunidades Desfavorecidas de Vila do Conde, pelo apoio imprescindível na produção e na superação de desafios.

À Câmara Municipal de Vila do Conde, por ter promovido esta iniciativa.

E, sobretudo, o nosso mais sincero agradecimento a todas as pessoas que participaram neste filme. Obrigada pela generosidade, pela partilha de histórias, memórias, saberes e espaços tão pessoais. Foram meses vividos com intensidade e alegria, ao lado de pessoas extraordinárias – resilientes, corajosas e profundamente humanas – que nos deram a conhecer a riqueza de cada vida.

Concluímos este processo com a certeza de que há, no mundo, uma abundância de bondade, generosidade, alegria e, acima de tudo, amor.

Gratas por tudo o que ficou.

Residência Artística | Novembro de 2024 a Julho de 2025, nas freguesias de Vilar e Mosteiró, Malta e Canidelo, Vilar do Pinheiro, Guilhabreu e Aveleda.

Projeto desenvolvido com as comunidades +65 anos, das freguesias de Aveleda, Guilhabreu, Malta e Canidelo, Vilar do Pinheiro e Vilar e Mosteiró, no âmbito da Ação ARTE.SÉNIOR do PECIS - Programa de Envelhecimento Criativo com Impacto Social, do Plano de Ação Comunidades Desfavorecidas de Vila do Conde e Câmara Municipal de Vila do Conde, em parceria com EIXO Residências Artísticas.

Conceito:

Os arquivos reúnem, preservam e organizam documentações que nos mostram acontecimentos do passado. Constituem fontes de conhecimento que nos dão acesso aos factos supostamente verdadeiros, principalmente quando o suporte fotográfico funciona como veículo da memória. A fotografia fixa um momento, identidades e constitui uma micro-história, mas não nos relata tudo. Existe um espaço de fronteira em relação ao qual nos falta a total memória daquela fotografia. É na procura constante pela verdade do que vemos, que o arquivo nos dá a possibilidade de pensar ou repensar várias perspectivas, manipulando e revisitando o que será, ou não, realmente verdade nestes arquivos e, por conseguinte, na sua memória e história.
Para este filme, o foco será nos seus territórios, as suas histórias, as suas populações, por isso, pretendemos uma viagem não só por fotografias, mas também, por outros documentos visuais,  filmes, objectos, recolhas de memórias, histórias orais, mitos, saberes, rituais, quotidianos,  documentar e confrontar práticas e conhecimento passadas de geração em geração.
A memória pretende salvaguardar e eternizar momentos reais de forma quase sagrada, como registro de alguma genealogia e cronologia familiar que possibilita o posicionamento e entendimento de uma identidade, da sua mudança econômica, social e cultural, pois a cultura é algo que se cria constantemente, que é moldada e refeita pelas mãos de quem a vive.
Uma reinterpretação livre de registos íntimos, fugazes, subtis e o confronto com os mesmos, sendo uma etnografia de pequenas histórias. Uma memória como lugar de resistência de não querer esquecer, onde é espaço e tempo, onde se pode regressar.


Descrição do processo criativo:
O processo criativo baseou-se numa investigação etnográfica de base participativa de forma individual e colectiva, com recolha de arquivos visuais e relatos orais em contexto comunitário.
As entrevistas foram realizadas com metodologia aberta, privilegiando a escuta e a observação.
A construção do filme deu-se principalmente em montagem, onde a articulação entre fotografias,  documentos visuais, testemunhos e paisagens sonoras, procurou refletir a fluidez e fragmentação da memória.
A abordagem estética, equilibra o rigor documental com uma linguagem sensível e poética.


Abordagem:

A abordagem do filme assenta numa perspetiva etnográfica e sensorial, privilegiando a escuta, a observação atenta das memórias individuais e coletivas, bem como a contemplação dos vestígios materiais do passado. Ao explorar arquivos fotográficos, objetos, relatos orais e imagem real, o documentário constrói uma narrativa fragmentada e poética, onde o tempo se dilui e as vozes ganham corpo.