Residência Artística | 29 de Novembro a 02 de Dezembro de 2022, na Escola Básica da Carrapata
A problemática associada à crise ambiental atual não parece manifestar uma preocupação relevante, seja ela de cariz social, mediático ou político. Contra a vontade de todos, mas com a ação de muito poucos, caminhámos para uma realidade cada vez mais assustadora e ainda longe de compreender as suas repercussões nas gerações futuras. Partindo deste pensamento, a proposta apresentada assenta na vontade de dar voz às gerações mais jovens, assim como a oportunidade de as advertir para um problema que cresce na direção de dimensões colossais.
O projeto foi dividido em três diferentes etapas: residências artísticas com a comunidade jovem, residência artística com 3 performers/bailarinas e apresentação pública de um espetáculo.
Inicialmente, foram realizadas 3 residências artísticas, com a duração de uma semana cada, em diferentes localidades da região Norte do país e abertas a qualquer pessoa entre os 6 e os 14 anos, com ou sem experiência em artes performativas. As sessões forão orientadas de modo a impulsionar a vertente criativa de cada jovem, como forma de se expressarem sobre a temática apresentada e com o objetivo de implementar na futura geração, consciência ambiental e hábitos sustentáveis. Durante as residências artísticas, as crianças/jovens, foram motivados a trabalhar com materiais reciclados, compreender a importância de reutilizar objetos em fim de vida e assistiram a vídeos/documentários lúdicos acerca da temática. Do ponto de vista performativo, a dança contemporânea/dança criativa foram as técnicas com maior ênfase e estando presentes diariamente.
Numa segunda fase de criação as três performers tiveram, durante o período de 5 semanas, oportunidade de desenvolver material coreográfico com base e inspiração as três semanas de trabalho artístico anteriores, com o intuito de conceber uma performance a apresentar publicamente. A projeção de trabalho para as quatro últimas semanas de residência, passou pela tentativa de traduzir imagens e situações reais, consequentes do problema apresentado, no corpo físico de cada performer, recorrendo a personificação metafórica das diferentes perspetivas do problema – a poluição, o consumo excessivo, a destruição da vida marinha, o aproveitamento exorbitante e desnecessário de recursos naturais, entre outros fatores contribuintes para a crise ambiental atual.
Objetivos:
O fundamento e principal característica da proposta, é a interação social com a comunidade jovem, na tentativa de consciencializar e instruir aqueles que são os alicerces do futuro. A finalidade é trazer as vozes desses mesmos jovens a palco e mostrar ao público que as gerações que nos precedem, ambicionam práticas sustentáveis e um planeta saudável.
A conceção da partilha da criação e pesquisa artística com membros da comunidade, assenta na vontade de contribuir para a descentralização das artes, favorecendo o acesso e usufruto das diferentes áreas artísticas por todos os membros da sociedade, independentemente de fatores sociais, étnicos, de gênero ou capacidades físicas e cognitivas.
O objetivo principal do espetáculo é utilizar o meio artístico e social para suscitar no espectador consciência e vontade de ação em relação à temática e compreensão da gravidade que o problema atual representa para as próximas gerações.
Direção: Vanessa Vieira da Cunha
Residências: Campus Paulo Cunha e Silva; Casa da Juventude de S. Mamede Infesta; Jazzy Dance Studios; Monte São Brás; EIXO Residências Artísticas.

Nascida no Porto em 1997, Vanessa Vieira da Cunha realizou o curso profissional de intérprete de dança contemporânea no Balleteatro Contemporâneo do Porto e é licenciada em dança pela Fontys Hogeschoolvoor de Kunsten em Tilburg, tendo realizado um período de Erasmus na Artesis Plantijn Hogeschool na Antuérpia.
Durante o seu percurso profissional, trabalhou como intérprete com Sarah Prescimore, Nele Vandeneede, Tanztheater Erfurt sob a direção de Ester Ambrosino, Azimuth Arts and Dance Ensemble sob a direção de Gonçalo Cruzinha, Catarina Branco e Companhia de Dança de Matosinhos. Em 2020 é artista convidada para o Play Practice Artist Residency, onde tem a oportunidade de iniciar a sua primeira criação a solo, “Ondas da Terra”, uma parceria com o artista audiovisual Luís Ferreira o produtor musical Tushar Das. Em formato vídeo dança foi exibida pelo Inshadow (PT), IMARP 2020 (BR) e Kalakari Film Fest 2021 (IN). Em palco o solo foi apresentado no “Projeções 2021” no Coliseu do Porto e no “Dia Aberto às Artes” na Ericeira. Em 2021 completa o curso de professores de yoga de 200h certificado pela Yoga Alliance e tem vindo a lecionar aulas de Yoga e dança contemporânea em Portugal e na Alemanha.
Espetáculo "ELO" | 11 Fevereiro de 2023 às 21h30, no Salão de espectáculos da Associação Cultural e Recreativa "Honra e Dever" (Vilar)
Direção e Criação: Vanessa Vieira da Cunha
Co-criação e Interpretação: Marianna Diroma e Tânia Pinto
Criação Sonora: Godzi
Residências: Campus Paulo Cunha e Silva; Casa da Juventude de S. Mamede Infesta; Jazzy Dance Studios; Monte São Brás; EIXO Residências Artísticas (EB1 da Carrapata /Vilar).
Apoios: Direção Geral das Artes; Câmara Municipal de Matosinhos
Elemento de ligação, de entrelaçamento ou de união. Designação de cada uma das argolas que formam uma corrente.
Conexão. Relação construída entre pessoas ou coisas. "ELO" incorpora cada uma das definições, surge num formato social e performativo e manifesta-se com a finalidade de advertir e consciencializar relativamente à problemática ambiental.
Em primeira instância, foi realizada uma residência artística com alunos da Escola Básica de Carrapata, servindo de inspiração para o desenvolvimento criativo do espetáculo.
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